Cidade
Expansão da energia solar alcança patamar histórico em Bagé

por Jaqueline Muza
O número de pessoas que aposta na energia solar está crescendo em todo o Rio Grande do Sul. O Estado é o terceiro do país no ranking de geração. Alternativa limpa e com retorno econômico de curto a médio prazo, a expansão da energia solar chama atenção também na região da Campanha gaúcha, com crescimento histórico, verificado no ano passado.
Conforme dados da Companhia Estadual de Energia Elétrica-Distribuição (CEEE- D), empresa que autoriza a instalação do sistema na região, houve um crescimento na quantidade de conexões de sistemas de Micro e Mini Geração Distribuída. Em 2019, Bagé contava com 36 sistemas conectados, já em 2020, o número passou para 94, o que representa um aumento de 160%.
Na existe usina comercial, gerando energia solar, na região. A CEEE-D atende 72 municipios gaúchos, incluindo Bagé, Candiota, Dom Pedrito e Lavras do Sul. Em toda área de concessão, em 2019, foram registrados 1708 sistemas conectados, já em 2020, o número saltou para 3150.
Crescimento
Conforme o engenheiro eletricista, que é um dos responsáveis por uma empresa que atua no setor, em Bagé, Ronaldo Silveira Oliveira, houve um aumento significativo na procura pelo sistema nos últimos dois anos. Ele salienta que em 2019 a empresa instalou cerca de mil painéis e que, em 2020, foram em torno de 2,5 mil.
Oliveira ressalta que além dos benefícios pela redução do custo da energia, os equipamentos, que são importados, ficaram acessíveis e há linhas de crédito disponíveis para a implantação. Além disso, a tecnologia ficou mais eficiente e a liberação dos projetos mais rápida. “Hoje é possível implantar um sistema pequeno a partir de R$ 3,8 mil. Tudo depende da potência necessária”, pontua.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o país registrou 74.428 novas instalações no primeiro semestre de 2020. A quantidade de energia produzida gira em torno de aproximadamente 898 Megawatts (MW/h).
Avanços
O empresário Gilmar Lindemann, proprietário de uma padaria da área central da cidade, implantou 68 painéis em dezembro de 2019. O sistema gera cerca de 2,5 quilowatts por mês, e atende a demanda de duas empresas e uma residência. “O sistema se paga. Estou muito satisfeito”, salienta.
Segundo o empresário, antes da implantação do sistema, o valor das contas de luz chegava a R$ 1,8 mil, alcançando, hoje, cerca de R$ 200. Lindemann salienta, ainda, que o sistema escolhido por ele pode distribuir energia para até 19 pontos, visto que conta com uma rede trifásica para atender a demanda da padaria. Os meses que mais geram energia são entre setembro e maio.
Lindemann comenta que financiou 100% do equipamento, já que optou por adquirir o sistema com excedente, projetando o aumento de consumo futuro da padaria que irá 'se pagar' em menos de quatro anos.